A indústria do turismo na Itália foi uma das mais afetadas pela pandemia da Covid-19, com hotéis, restaurantes e outros negócios do setor fechados durante longos períodos. Neste 2023, com a diminuição dos casos de Covid-19, o turismo está lentamente voltando à vida no país. Mas eis que surgiu um novo problema: a falta de trabalhadores no setor turístico. Leia aqui.
Falta trabalhadores no setor turístico segundo Assoturismo Confesercenti
De acordo com um relatório recente da Assoturismo Confesercenti, a associação italiana de turismo, espera-se que o número de turistas aumente este ano em relação a 2022. No entanto, a falta de trabalhadores no setor está se tornando cada vez mais grave e representa um obstáculo significativo para o crescimento contínuo do setor.
O relatório estima que as empresas de turismo na Itália precisarão de cerca de 50 mil trabalhadores adicionais para atender à demanda durante a Páscoa e os meses de primavera.
No geral, as empresas relatam dificuldades em encontrar candidatos para 34% das vagas de trabalho, principalmente para funções não especializadas, como garçons, lavadores de pratos e profissionais de limpeza.
A assoturismo afirma que os salários oferecidos pelo setor de turismo são atraentes começando em 1560 euros por mês (bruto) para um camareiro simples e chegando a mais de 1.740 euros para um chef de cozinha ou barman.
O que é salário bruto? É o valor que a empresa paga, mas o trabalhador recebe menos porque são descontados impostos e taxas.
A falta de trabalhadores pode ter um impacto negativo nas empresas de turismo, resultando em uma perda média de faturamento de 5,3% e uma diminuição nos padrões de qualidade e produtividade. A falta de trabalhadores também pode levar a uma situação de desorganização na gestão dos processos produtivos, o que poderia prejudicar a imagem do setor.
Para combater essa crise de emprego, a Assoturismo Confesercenti está pedindo a implementação de políticas ativas para formar profissionais de turismo, como incentivar pensionistas e jovens a ocupar posições temporárias e isentar impostos sobre esses empregos.
Além disso, é necessário abrir a possibilidade de contratação de imigrantes e repensar a gestão do “Reddito di Cittadinanza”, um programa de renda básica do governo italiano, vinculando-o a oportunidades de formação. A mobilidade dos trabalhadores também deve ser incentivada com benefícios para contratos que incluam formação, alimentação e acomodação.
Em resumo, o turismo está se recuperando na Itália e há oportunidades para trabalhadores, mas a falta de mão de obra especializada representa um desafio significativo para o setor. As empresas e o governo devem trabalhar juntos para implementar políticas que incentivem a formação de trabalhadores de turismo e facilitem a mobilidade e contratação de candidatos qualificados. Somente assim o setor poderá continuar a crescer e a atrair turistas de todo o mundo.
Opinião: Vale saber que embora a Assoturismo afirme que os salários são “altos”, na prática muitos trabalhadores do setor turístico acabam trabalhando mais horas do que o estabelecido pelos contratos. Além disso o custo de vida na Italia está caríssimo. Eles não encontram trabalhadores porque para muitas pessoas não compensa trabalhar por salários tão baixos. Se o valor dos salários aumentasse provavelmente não existiria toda essa dificuldade em encontrar mão de obra, não é mesmo?
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