A semana começou com uma greve dos funcionários da Alitalia que repercutiu em mais de 220 vôos cancelados devido a uma manifestação contra a notícia de que a companhia aérea deve demitir 2037 pessoas.
Poucos dias antes tinha sido notícia o hotel japonês gerenciado por robots: segundo anunciado dentro do hotel não tem nenhum trabalhador humano, os robots sozinhos seriam responsável por todo processo do momento de check in até o check-out.
As novas tecnologias e a flexibilização dos contratos de trabalho – que a cada dia reduzem os benefícios conquistados arduamente apenas poucas décadas atrás – estão alterando profundamente a realidade do mercado de trabalho italiano.
Como mãe de duas lindas menininhas, que hoje tem apenas 2 e 4 anos, tento imaginar como será a Itália e o mundo quando elas tiverem 20 anos, ou seja, daqui a aproximadamente 15 anos. Será que elas vão precisar aprender a dirigir? Ou os carros já farão isso automaticamente? Em janeiro de 2016 o L’Espresso dizia que estamos entrando a época em que os carros dirigem sozinhos, se é realmente só uma questão de tempo, quanto será necessário para que dirigir deixe de ser importante e motoristas e taxistas percam seus empregos/trabalhos?
Será que no futuro realmente será preciso aprender línguas ou o Google Tradutor e outras apps de tradução simultânea serão tão eficientes que será desnecessário empregar anos para aprender um novo vocabulário? E claro, adeus ao trabalho de tradutores, intérpretes…
Fala-se muito de Inteligência Artificial e imagino que daqui poucos anos ela será capaz de produzir textos de média qualidade sem a necessidade de seres humanos. Essa evolução tecnológico será capaz de economizar pessoal também em diversas outras áreas como Direito, Customer Care, e tantas outras.
O cenário é tão dramático que um dos ícones da revolução tecnológica propiciada pelos computadores pessoais e um dos homens mais ricos do mundo, Bill Gates sugeriu que os robots deveriam pagar impostos.
Segundo a notícia publicada no jornal Repubblica a automação provocaria 8 milhões de empregos a menos nos Estados Unidos e 15 milhões de empregos na Grã Bretanha.
Neste cenário tecnológico e futurístico o que fará a diferença? A arte? O esporte? O artesanato? Em uma sociedade onde a mão de obra é tão barata quanto o trabalho realizado com o robot existe um risco grande de construir um futuro de miseráveis com poucos felizardos que detém o controle sobre a tecnologia.
O sonho europeu ainda resterá vivo? O sonho de uma sociedade onde toda a população tem acesso a uma rede de serviços e infra-estrutura que permita uma vida digna a todos os seus cidadãos? Em uma sociedade de desempregados e pessoas que ganham pouco, quem pagará os impostos para manter a qualidade de vida da Itália do início do século XXI?
Essas são todas as dúvidas que tenho como mãe e que talvez você que esteja sonhando em morar na Itália também tenha. Afinal mudar para a Italia será um bom investimento? Quais serão os países que serão capazes de oferecer melhor qualidade de vida para seus cidadãos daqui 10, 20 anos? E que tipo de trabalho será valorizado? Em qual setor vale a pena investir o seu talento?
Aproveito para compartilhar dois vídeos que gosto muito. O primeiro é de 2006 e foi uma revolução para minha mente na época:
O segundo é de Ricardo Semler, um brasileiro com muitas ideias interessantes, não deixe de assistir:
Se você tiver chegado a uma conclusão (ou não) comente abaixo!
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