26/06/2021 – O jornal italiano Corriere della Sera publicou ontem no seu caderno especial Corriere Innovazione um interessante artigo sobre as profissões que estão nascendo no setor automotivo. E por que não falar sobre isso também aqui no Trabalho na Italia, não é mesmo? Nós queremos saber para quais profissões devemos nos preparar ou preparar nossos filhos. Um assunto sempre em linha com o site (aliás lembrei do artigo que escrevi em 2017 sobre “Quais serão as profissões do futuro na Italia e no mundo?“). Mas vamos voltar ao artigo do Corriere della Sera…
A jornalista Alessia Cruciani começa o seu artigo “Nuovi Lavori o Robot? La Sfida dell’Auto Elettrica” explicando sobre como serão os veículos do futuro: “elétricos, com direção autônoma, em certos casos também pronta para voar para evitar o trânsito. O carro não será mais aquele de antigamente e o futuro reserva surpresas.” E continua o artigo mencionando como a mudança dos carros tradicionais a motor para veículos elétricos criou uma necessidade de uma nova série de especialistas.
Novas profissões no setor automotivo
Aqui algumas das profissões que foram criadas no setor automobilístico:
High Voltage Expert
Para evitar que os operários levem choques durante a cadeia de montagem dos novos veículos elétricos aparece a figura do High Voltage Expert, os únicos autorizados e preparados para intervir no veículo assim que a alta voltagem é ativada. Filippo Riggi, um dos primeiros High Voltage Expert da Mirafiori explica: “O nosso é um trabalho de verificação e diagnóstico. Efetuamos controles preliminares na bateria e nos componentes do motor elétrico e damos um certificado antes que sejam montados no veículo. Controlamos os equipamentos e efetuamos os testes nas Fiat 500 elétricas. Apenas no final da linha de montagem, após efetuar o diagnóstico completo do veículo e garantido a segurança, a habilitamos. Mais ou menos como quando ligamos o interruptor de um quadro elétrico em casa.”
Engenheiros para as baterias
Marco Righi, Ceo e founder da empresa italiana Flash Battery diz que é um mundo que precisa de várias competências com engenheiros capazes de seguir da parte mecânica até aquela eletrônica, incluída toda a área relacionada ao software. E completa: “quem segue a parte química e produz as células possui uma formação bem diferente de quem projeta o pacote da bateria e de quem desenvolve o power train no veículo”. No momento as casas automobilísticas inserem as células produzidas por terceiros e se concentram na embalagem do pacote das baterias.”
UX-UI Designer
UX está para User Experience e UI está para User Interface. E esses profissionais servem para verificar se os novos veículos vão agradar os clientes. Quem explica a nova profissão é Lara Garreffa que trabalha como Senior UX-UI Designer de Pininfarina, formada em design ao Politecnico de Torino: “a primeira regra para realizar um bom produto é partir das necessidades das pessoas, que variam de acordo com a idade, contesto, ambiente. Para projetar uma boa user-experience não basta levar em consideração a estética do produto, assim como não basta que seja fácil de usar. Precisa unir a compreensão da empresa a emoção e empatia com as pessoas.” Basicamente a User Experience busca satisfazer todos os requisitos que um novo projeto deve garantir ao cliente final, levando em consideração que empresa e tecnologia mudam. Com a UX uma empresa consegue oferecer experiências melhores, valorizando também a empresa.
Data Scientist
Também decisivo para o novo setor automobilístico é a figura do Data Scientist. Quem comenta essa profissão é Davide Cadamuro que trabalha como Data Scientist para projetos de Inteligência Artificial e Natural Language Processing do Grupo BMW: “Uma companhia dessas dimensões gera diariamente uma quantidade enorme de dados. Eu trabalho principalmente com aqueles relativos a palavras e frases, que devem ser elaborados e transformados em números para poderem desfrutar ao máximo as potencialidades com os algoritmos da Inteligência Artificial”. Tecnologia que permite encontrar rapidamente soluções para eventuais problemas dos veículos ou individuar riscos externos que podem diminuir o ritmo da produção. Cadamuro conta também que o departamento de Novas Tecnologias o colocou em contato com os colegas que trabalham com Computadores Quantísticos: eles permitirão a criação de simulações em um nível de complexidade nunca visto até hoje, em particular para a tecnologia das baterias.
Data Analytics Engineer
“Hoje o mundo está repleto de sensores micromecânicos mems: com uma dimensão de 1-2 milímetros quadrados eles possuem uma inteligência sofisticada. Se popularizaram nos últimos 15 anos em smartphones, drones, para o gaming ou wearables. Depois foram introduzidos também em veículos.” – conta Riccardo Campagna, diretor do Design Center Bosch Sensor Tech de Milão. Que explica ainda: “Basta pensar ao Infotainment: o ambiente do automóvel virou quase um mundo social. E aqui entra a figura do Data Analytics Engineer porque a elaboração de Big Data permitiu o desenvolvimento de algoritmos super sensíveis que melhoram a prestação dos sensores.”
Connectivity Specialist
De acordo com Andrea Marchesini que trabalha na Italia como National Key Account Industry Leader di Randstad, uma das principais agências de empregos da Italia, serve uma figura híbrida, já que todos os setores devem dialogar entre eles. Um profissional que saiba criar bons relacionamentos e conhecimentos de mecânica, programação, inglês e leis para não perder nunca de vista a segurança. São perfis muito raros que ainda devem se formar com o tempo. Marchesini comenta também: “Hoje a seleção de profissionais acontece quase exclusivamente em redes sociais como LinkedIn”. E diz também que se no momento os automóveis ainda tem câmbio e pedais no futuro serão mais parecidos com um smartphone com apps que podem ser atualizadas.
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