23/03/2024 – Agora é oficial: o Brasil é Estado Membro Associado do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear). Este status especial entrou em vigor em 13 de março de 2024, abrindo novas oportunidades de cooperação científica e industrial com uma das mais renomadas instituições de pesquisa em física de partículas do mundo.
Índice
Brasil é o Primeiro país das Américas a ser oficialmente Estado Membro Associado do CERN
Em um marco histórico para a ciência brasileira, o Brasil consolidou-se como o primeiro país das Américas a se tornar Estado Membro Associado do CERN, após concluir todos os procedimentos internos necessários para a ratificação do acordo assinado em março de 2022.
A relação entre o Brasil e o CERN não é recente, remontando a 1990, quando foi assinado o primeiro Acordo de Cooperação Internacional.

Esse acordo inicial permitiu que pesquisadores brasileiros se engajassem no experimento DELPHI, conduzido no Grande Colisor de Elétrons e Pósitrons (LEP). Desde então, a comunidade de física experimental de partículas no Brasil não só cresceu mas dobrou de tamanho na última década.
Atualmente, cerca de 200 cientistas, engenheiros e estudantes brasileiros estão envolvidos nos principais experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC), incluindo ALICE, ATLAS, CMS e LHCb, além de participarem de projetos de upgrades futuros e de outros experimentos significativos como o ALPHA e o ProtoDUNE.
Além do envolvimento em pesquisa fundamental, instituições brasileiras contribuem ativamente para o desenvolvimento de tecnologias de detecção e processamento de dados, marcando presença em colaborações internacionais de pesquisa e desenvolvimento como as DRD1 e DRD3.
A participação ativa em programas de treinamento e divulgação científica do CERN também é um destaque, reforçando o compromisso do Brasil com a educação e a disseminação do conhecimento científico.
Ampliando Horizontes: Além da Física de Partículas
A associação do Brasil ao CERN não se limita à física de partículas. Desde dezembro de 2020, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) do Brasil e o CERN vêm colaborando em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de aceleradores e suas aplicações.
Esse esforço conjunto visa não apenas avançar no entendimento fundamental do universo, mas também explorar aplicações práticas que podem beneficiar a sociedade em áreas como medicina e indústria.
Brasil no cenário científico internacional
Como Estado Membro Associado, o Brasil agora tem voz ativa nas reuniões do Conselho do CERN e do Comitê Financeiro, abrindo caminho para uma participação mais significativa nas decisões estratégicas da organização. Adicionalmente, essa nova posição permite que nacionais brasileiros concorram a posições de staff e participem dos programas de pós-graduação do CERN, bem como possibilita que a indústria brasileira concorra a contratos do CERN, promovendo assim a colaboração industrial em tecnologias avançadas.
Este desenvolvimento promissor não apenas destaca o Brasil no cenário científico internacional, mas também sinaliza uma era de oportunidades ampliadas para a comunidade científica e industrial brasileira, fortalecendo as capacidades do país em pesquisa, inovação e tecnologia.
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