Renda bem distribuída na Europa? Não é bem assim

Renda bem distribuída na Europa? Está dando o que falar a herdeira da BASF na Áustria. Marlene Engelhorn, de 31 anos, de nacionalidade austríaca e alemã, é conhecida por ser uma ativista que pede mais impostos para grandes riquezas, incluídos impostos para bens herdados, que na Áustria não existem.

Herdeira pede mais impostos para os ricos na Áustria

Para quem não sabe, a BASF é um império farmaceutico da Alemanha. E Marlene, já disse que vai doar 90% da sua riqueza, o equivalente a 25 milhões de euros, para a sociedade para estimular na Áustria o debate sobre o imposto de sucessão.

“Sempre disse que quero redistribuir pelo menos 90% (da herança) e agora finalmente estamos diante disso”, disse Engelhorn em uma coletiva de imprensa, onde estava “incrivelmente entusiasmada”.

Renda bem distribuída na Europa? Herdeira diz:”Riqueza na Áustria é mal distribuída”

A ativista enfatizou que a riqueza na Áustria, um dos países com a mais alta renda per capita da Europa, é distribuída de forma muito desigual, com 1% dos mais ricos (cerca de 40.000 famílias) controlando 50% do patrimônio nacional.

Segundo Engelhorn, esse desequilíbrio tem um efeito negativo no tecido social, no sistema político e nos meios de comunicação, “o que coloca a democracia em perigo frente à influência desproporcional de algumas pessoas ricas”.

O conselho encarregado de escolher como investir a herança será composto por 50 residentes na Áustria (e 15 suplentes), eleitos de forma representativa entre 10.000 pessoas selecionadas aleatoriamente por um renomado instituto democrático austríaco.

Essas pessoas, com pelo menos 16 anos de idade, se reunirão entre março e junho de 2024, sempre acompanhadas por um moderador e vários especialistas, para estudar e discutir ideias para uma melhor distribuição da riqueza na Áustria e para decidir o que fazer com os 25 milhões de euros de Engelhorn.

A herdeira enfatizou hoje que escolheu essa forma de redistribuir sua fortuna para ser coerente com seu espírito democrático: “Acho que se você leva a democracia a sério, deve dar a ela uma verdadeira chance”, afirmou.

O dinheiro que restará de sua herança ela usará como um “financiamento ponte” até o início de sua vida profissional, explicou a filóloga, que se mostrou convencida de que nunca se arrependerá de sua decisão.

“Não acredito que me arrependerei. Quando poucos têm muito, muitos têm muito pouco”, concluiu Engelhorn, cuja avó, casada com um neto do fundador da Basf e falecida no ano passado na Suíça, deixou para a família uma fortuna de cerca de 4,2 bilhões de euros.

Leia também: Anna Maria Luisa de’ Medici, a última Médici, que deixou o tesouro da família para a cidade de Florença

Reflexões sobre vida na Europa

Geralmente nós, brasileiros, temos a tendência em acreditar que a renda na Europa seja mais bem distribuída e que toda a população viva com maior qualidade de vida.

Este é apenas um caso que mostra como as coisas não são assim tão perfeitas como a gente imagina lá do país tropical…

Leia também: Não existe para sempre

Renda bem distribuída na Europa – o que você faria se herdasse 25 milhões de euros, como Marlene Engelhorn?