O Brasil precisa pensar maior: o erro estratégico de ignorar o público global

O Brasil é um país continental, com mais de 200 milhões de habitantes e um mercado interno que, por si só, sustenta modelos de negócio robustos. Mas é justamente esse gigantismo que, muitas vezes, funciona como uma armadilha. Ao focar exclusivamente no público doméstico, muitas empresas brasileiras — de jornais a plataformas de e-commerce — fecham suas portas, deliberadamente ou por inércia, ao mundo exterior. E esse isolamento digital não é apenas limitante: é um erro estratégico que custa caro ao país.

A exclusão do não-residente: um obstáculo invisível, mas real

Quantas vezes um brasileiro vivendo no exterior tentou assinar um jornal nacional e se deparou com um formulário que exige CPF, CEP ou um número de telefone com DDD brasileiro? Ou quis comprar um presente online para enviar a um amigo no Brasil e descobriu que, sem cartão emitido no país, a compra simplesmente não é aceita?

O Brasil precisa pensar maior: o erro estratégico de ignorar o público global

Essas barreiras não são meros detalhes técnicos. Elas refletem uma mentalidade que presume que só quem vive dentro das fronteiras pode ou deve consumir o que é produzido no Brasil. E isso, em plena era digital, é não apenas antiquado — é economicamente míope.

Oportunidades ignoradas: da diáspora ao interesse estrangeiro

A diáspora brasileira é estimada em mais de 4 milhões de pessoas, espalhadas por todos os continentes. É um público saudoso, fiel, disposto a consumir conteúdos nacionais, enviar presentes, manter vínculos com suas raízes.

Some-se a isso o interesse crescente de estrangeiros por temas ligados ao Brasil — cultura, economia, política, gastronomia — e percebe-se o tamanho da oportunidade desperdiçada.

Empresas de mídia, por exemplo, poderiam estar monetizando assinaturas digitais com alcance global. Sites de e-commerce poderiam facilitar pagamentos com cartões internacionais, PayPal ou criptomoedas.

Mas, ao invés disso, muitos optam por bloquear acessos, redirecionar IPs estrangeiros ou simplesmente não considerar essa demanda.

Uma mentalidade provinciana em um mundo hiperconectado

Essa limitação não é apenas técnica. É cultural. É como se o Brasil ainda olhasse para si mesmo com os olhos de um país fechado, autossuficiente, quando a realidade exige exatamente o oposto.

Se queremos que o mundo leve o Brasil a sério, precisamos parar de agir como se ele terminasse nas fronteiras físicas do território nacional.

Por que um jornal brasileiro não pode ser lido e pago por um alemão interessado em América Latina? Por que um cartão de crédito emitido na França não pode ser usado para enviar flores a alguém em São Paulo? Por que o “Brasil digital” ainda age como se estivéssemos em 1998?

Pensar global não é luxo — é sobrevivência

Num mundo cada vez mais competitivo, em que empresas de todos os tamanhos disputam atenção, dados e faturamento globalmente, ignorar o público estrangeiro ou a própria comunidade brasileira no exterior é um luxo que o Brasil não pode mais se dar.

Internacionalizar serviços, aceitar diferentes formas de pagamento, oferecer suporte multilíngue — tudo isso não é mais “expansão”. É simplesmente estar no jogo. Enquanto países menores exploram ao máximo o mercado global, o Brasil parece satisfeito em se bastar. Mas não se cresce fechando portas. Cresce-se abrindo-as.

É hora de o Brasil perceber que o mundo existe — e está, sim, disposto a consumir o que temos de melhor. Só precisamos permitir que ele acesse.

Leia também: Sites brasileiros estão preparados para clientes internacionais?


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