De acordo com um levantamento publicado pelo jornal italiano Il Messaggero, com base nos dados da Cisl (Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores) de Roma Capitale e Rieti, os médicos estão no topo da lista de rendimentos na capital italiana, com salários brutos anuais que chegam a quase 100 mil euros.
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Médicos e notários: os mais bem pagos da capital italiana
O estudo analisou mais de 60 mil declarações de renda apresentadas pelos contribuintes de Roma e mostra um retrato detalhado da desigualdade salarial na cidade.
Entre os trabalhadores com contrato fixo, os médicos ocupam o primeiro lugar, com salários próximos a 100 mil euros por ano.

Em seguida aparecem os bancários, com cerca de 54 mil euros, e os profissionais dos setores industrial e energético, com média de 47 mil euros anuais.
Pesquisadores científicos e docentes universitários vêm logo depois, com rendas médias entre 37 e 42 mil euros por ano.
Já os metalúrgicos, trabalhadores das indústrias químicas, farmacêuticas e têxteis, e os funcionários de transporte e logística apresentam salários médios entre 31 mil e 36 mil euros.
Os professores e trabalhadores dos correios ganham cerca de 27 mil euros anuais, enquanto os profissionais da construção civil ficam em torno de 25 mil euros.
Os aposentados têm renda média de pouco mais de 24 mil euros por ano, e os trabalhadores “atípicos” — com contratos temporários ou intermitentes — ganham menos ainda, com forte diferença entre homens (27 mil euros) e mulheres (16 mil euros).
Trabalhadores autônomos e o topo da renda: notários e farmacêuticos
Quando se fala em profissionais autônomos, o cenário é ainda mais desigual. Segundo os dados da Cisl, os notários são os que mais ganham em Roma, com uma renda média de 160 mil euros por ano, seguidos por farmacêuticos (107 mil), médicos de livre profissão (80 mil), contadores (68 mil) e engenheiros (57 mil).
De modo geral, quem trabalha com partita IVA — o equivalente italiano ao CNPJ de autônomo — ganha entre 20 mil e 30 mil euros anuais se estiver em faixas médias, enquanto os profissionais bem estabelecidos podem chegar à faixa entre 50 mil e 70 mil euros.
Disparidade salarial e novos desafios
O relatório aponta que, apesar de uma alta média geral de 3,5% nos rendimentos em relação ao ano anterior, o aumento da inflação reduz o ganho real e mantém a desigualdade entre os diferentes setores.
Nas áreas centrais de Roma, onde predominam profissionais liberais e trabalhadores de tecnologia e finanças, os rendimentos são bem mais altos do que nas periferias, dominadas por empregos manuais, de serviço ou ligados ao turismo.
Os jovens com menos de 30 anos ganham cerca de 40% a menos que a média geral, mesmo sendo mais escolarizados, enquanto os trabalhadores acima de 60 anos mantêm rendas mais estáveis, graças a contratos antigos e pensões indexadas.
A diferença entre homens e mulheres continua marcante: em média, as mulheres ganham 11,8% a menos (cerca de 4.500 euros por ano), mas em alguns setores o abismo chega a 40%, especialmente entre os trabalhadores precários, no comércio e no turismo.
Segundo Rosita Pelecca, secretária-geral da Cisl de Roma Capitale e Rieti, é necessário “colocar a valorização do trabalho feminino no centro das políticas públicas e sindicais, promovendo oportunidades reais de crescimento”.
O estudo confirma o que muitos trabalhadores em Roma já sentem no dia a dia: o mercado de trabalho está se transformando, com vantagens para quem tem formação técnica e competências digitais, e dificuldades para quem atua em setores tradicionais como o turismo e a construção.
Embora a economia romana tenha voltado a crescer após a pandemia, a cidade continua dividida entre quem prospera com o novo trabalho qualificado e quem luta para se manter com salários baixos.


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