O dinheiro na Idade Média

Qual o papel do dinheiro na Idade Média? Ele era importante e essencial como hoje? Descubra aqui.

A importância do dinheiro na Idade Média

Na Europa, com o fim do Imperio Romano o dinheiro perde a importância.

Na Idade Média não existe necessidade de dinheiro e para obter bens e produtos existe a permuta, ou seja, a troca recíproca de coisas entre seus donos.

Durante o período medieval tudo é dividido em três: no topo estão os monges e a Igreja, que com as rezas combatem o demônio; depois estão os nobres que com as espadas combatem os inimigos da Igreja; e depois estão todos os outros: aqueles que trabalham para manter os outros dois grupos.

Na Idade Média, quem produz uma quantidade de grãos sabe que deve dar uma fatia importante ao próprio Senhor Feudal, depois deve deixar uma parte para semear no ano seguinte e somente depois poderá usar o que sobra, se sobrar, para matar a fome da própria família.

Também a ideia de riqueza é diferente em relação aos dias de hoje. O rico da Idade Media é um proprietário de terras que conta com uma grande quantidade de camponeses que trabalham para ele. Os camponeses levam ao castelo os grãos para fazer o pão e os animais que serão depois servidos à mesa.

O rico da Idade Media era quem possuía escravos, servos, armas de ferro boas para a guerra e passava o tempo de lazer em saídas para caçar. Hoje, mais do que rico, poderíamos defini-lo potente.

O sistema funciona bem por diversos séculos com a Igreja que, como os empresários de hoje, tudo possuíam; os cavaleiros são adorados e idolatrados como os atores famosos de hoje e giravam o mundo em combates; todos os outros são o público que podem simplesmente obedecer.

O final da Idade Média

No entanto, em um dado momento, as coisas começam a mudar. Aparecem os comerciantes e artesãos: gente nova que ninguém sabe direito como definir. Não rezam, não combatem e não cultivam os campos.

Vivem na cidade e não produzem bens que podem ser trocados em larga escala. Assim que eles enchem um vilarejo de camponeses, por exemplo, de vasos de cerâmica, quem vai dar o grão para matar a fome da família?

Imagine as pessoas que tingiam a lã de vermelho e produziam o tão disputado tecido vermelho de Veneza: não dava para trocá-lo com um camponês que passava o dia no meio do barro e da terra, ou rodeado pelo estrume dos animais. Ainda mais durante o sol tórrido do verão.

Então torna-se útil novamente aquela coisa usada pelos romanos e quase esquecida: a moeda.

Para ganhar o pão de cada dia, as roupas, a casa, os comerciantes e artesãos da Idade Média, e em geral os habitantes das cidades, precisam de dinheiro.

Na Idade Média o dinheiro era usado apenas pelos comerciantes internacionais

A permuta em alguns casos não era suficiente na Idade Média. Por exemplo: um comerciante árabe de pimenta e canela é provável que não tivesse interesse aos produtos mais preciosos vindos da Europa do Norte como peles para proteger do inverno, pouco úteis nos desertos onde viviam. Muito melhor os discos de metal preciosos, que eram aceitos facilmente e tinham a vantagem de serem fáceis de transportar.

Para as necessidades da época, que eram bastante limitadas, as moedas de ouro eram poucas, mas aceitas em um vasto território do mundo. Não é difícil encontrar alguma moeda daquela época ainda hoje, em escavações arqueológicas da Europa.

Carlo Magno e o dinheiro

Com a chegada de Carlo Magno ao poder muda tudo. Entre 781 e 794 ele estabelece que o Imperio Sagrado de Roma deve ter uma moeda digna do seu ilustre antecessor pagão e decide de criar uma nova moeda.

Usa a prata e a batiza com o mesmo nome que usavam os romanos: denaro (dinheiro). Naquela época com uma libra de prata (aproximadamente 325 dos nossos gramas) eram realizados 240 denari e as pessoas começam então a usar o temo “uma lira” invés de “240 denari“.

Carlo Magno comanda um Império muito vasto e o seu dinheiro de prata, no século IX se transforma de fato em uma Moeda Única Europeia, uma espécie de Euro na sua época. Aliás, no norte da Europa possui um sucesso maior do Euro atual porque consegue atravessar o Canal da Mancha para ser usado na Inglaterra meridional (onde poucos anos antes, Offa, o rei de Mercia, tinha criado uma moeda com um nome também destinado ao sucesso: o penny).

No sul da Italia a moeda de Carlo Magno é usada até a Toscana. Abaixo da Toscana, no Sul da Italia, o poder está nas mãos dos árabes e bizantinos e ali o dinheiro não entra. Roma fica no meio, e de acordo com o período, usa bisanti e mancusi ou então o denari. As moedas da época são realizadas em prata.

O bimetalismo é um “luxo impossível” e na Europa de Carlo Magno ninguém sonha em realizar moedas de ouro.

Trecho traduzido a partir do primeiro capítulo do livro “L’invenzione dei Soldi – Quando la finanza parlava italiano” de Alessandro Marzo Magno, Collezione Storica Garzanti, 2013.

Leia também nosso artigo refletindo sobre: “Quem quer dinheiro?”


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