Hoje um amigo me enviou o novo vídeo de Takagi & Ketra – Amore e Capoeira ft. Giusy Ferreri, Sean Kingston e abri com aquela imagem linda do Rio de Janeiro que a gente já conhece de olhos fechados. Depois o vídeo desandou. Sei lá, invés de sentir aquele orgulho de ser brasileira fiquei com vergonha.

O vídeo volta a mostrar aquela antiga imagem do Brasil no mundo, a imagem que o Brasil tinha quando cheguei aqui em 2005, ou seja: favela, bunda, mulher. Um retrocesso. Que reflete exatamente este momento político do país. O que estão fazendo com o nosso país? Como estamos deixando?
Para um brasileiro que mora no exterior há muitos anos e pôde acompanhar o período de glória em que o Brasil era capa das principais revistas como símbolo de conquistas sociais e sucesso dá um certo desânimo ver que voltamos a ser símbolo de favela.
Eu quero o Brasil da inclusão social. O turismo nasce nas sociedades em que existe fartura, tempo livre para férias e dinheiro para gastar em viagens. É uma conquista relativamente recente. Antigamente apenas uma elite rica e privilegiada podia viajar. E não me refiro a elite brasileira, ou não apenas a brasileira. É um fenômeno geral no mundo todo. Eu quero o Brasil que descobria o mundo, viajava, gastava, conhecia, aprendia, expandia os horizontes.
Recentemente eu perguntei aqui no site: “O que é ser brasileiro?“. Mas não cheguei a dar a minha resposta. A minha resposta eu dou aqui. Para mim ser brasileiro é fazer parte de um povo que fala português, um povo que é um mix de culturas tão diferentes mas que vive relativamente em harmonia apesar de tantas diferenças. Um povo que batalha, que vai a luta, que não tem medo do incerto e desconhecido. Um povo bonzinho demais, que não quer desagradar, que acaba aceitando o inaceitável para não pegar mal, para não parecer deselegante. Um povo curioso, criativo, mas ainda um adolescente, que precisa desenvolver a auto-estima, aprender a valorizar seus talentos. E não me refiro aos talentos do futebol ou da bunda, porque esses são velhos, basta, deixa o lugar deles lá, está bom, mas vamos adicionar outros. Quero ver os brasileiros como destaque no mundo por suas ideias, projetos revolucionários que vão ajudar a melhorar o mundo, cientistas, empresários, educadores, artistas, filantropos.
Viva a PHD brasileira, Joana d’Arc Felix de Souza que supera a fome e soma 56 prêmios na carreira.
Que a gente possa agradecer pessoas como Bill Gates por darem espaço e visibilidade ao trabalho de cidadãos comuns como Diego Lima eleito um dos melhores professores do mundo (veja o vídeo abaixo).
E por falar em cidadãos comuns, que belo projeto este que está circulando nas redes sociais:
Quem sabe um dia as favelas serão casas dignas, coloridas e bem feitas que dão aquele toque de charme ao cenário brasileiro? Casas bonitas onde vivem pessoas que tem acesso a educação, saneamento básico, com uma renda digna para poder manter a família. Quem sabe…
#nóspodemosmais
PS. Reparem na diferença de tom e estilo de um vídeo musical de 2011 que mostra o Brasil. Repara como o Brasil aparece em um outro nível, com uma outra cara?


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